sábado, 27 de fevereiro de 2010





DESAMPARO




Intermináveis murmúrios de sonhos desfeitos
emigram ao desamparo
de gélidas estrelas perdidas...
Lágrimas rolam em cascatas
de desejos ruminados nas ausências
amarga essência de lamentos...

Pálpebras devoradoras de miragens
impedem o nascer das delícias
máscara de medusa mágica
encobre o pulsar dos delírios...
Calafrios contidos nas vertigens
manancial de paixões sem sina
coração ao desamparo...

Tua partida desvendou a fúria exata
das loucuras sem margens
as mágoas encerradas em escamas sem luz
os gritos contidos em conchas marinhas
o desamparo silencioso das inquietudes
sob o azul de paz do céu de Lua Minguante...

Tua partida rasgou mistérios e anseios
trancou palavras na mudez das anêmonas-do-mar
ocultou ternuras na transparência das águas-vivas...
Tua partida no dorso de um cavalo-marinho
mortalha de claridades e de segredos
deixou em mim a Solidão dos desamparados...


Maria Lua



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